terça-feira, 27 de maio de 2008

PRÁ QUEM LEU "GRANDE SERTÃO - VEREDAS"
(leitura imperdível)

ELE

Ele era carne muita e calor bravo
Brasa quente que enfrenta orvalho frio
Na peleja derrubando ente pravo
Atravessa em si mesmo o baldo rio

Grande sertão, veredas, fundo cavo
Vence fugindo sempre de desvio
Permanece de estranho amor escravo
Dor índia que ilaqueia o desafio

Não fosse sua gente tão confusa
Não fosse ele tão cego de conceito
Na certa soltaria a fala oclusa

E invés de a bala abrir para o desfeito
Buscava além da imagem sua musa
Explodindo a paixão dentro do peito.

João Donha – anos 90.

Nenhum comentário: