sexta-feira, 13 de junho de 2008

ORÁCULO FALAZ


Quando estou navegando pela vida distraído,
é fácil acreditar que posso me conhecer;
afinal, eu sou o sujeito, e assim me identifico
em relação ao outro, o objeto; ou outros;
mas, se tento me conhecer, eu me torno objeto;
ainda que de mim mesmo;
e sendo objeto, eu sou o outro;
só que esse outro, que analisa o eu, é que sou eu!
então, toda vez que eu projeto um dado
de mim mesmo para análise,
isto já se torna objeto, já se torna outro,
e eu permaneço incólume, indevassado,
incognoscível; pois qualquer pensar sobre mim
me torna o outro que eu já não sou,
enquanto continuo sendo o eu que sempre flui.

Nenhum comentário: