quinta-feira, 23 de abril de 2009

A JUSTIÇA DESTRUÍDA

Já tinha notado. Mas, agora, fiquei sabendo quem a destrói. A boa filosofia mineira diz que quando você aponta o dedo indicador acusando alguém, você está apontando outros três dedos para você mesmo. Confira a posição da mão no ato. O ministro Joaquim apontou o dedo para o ministro Gilmar, acusando-o de destruir a justiça brasileira. Até concordo. Mas, concordo mais ainda com os três dedos que ele apontou para si mesmo, confessando que destrói três vezes mais que o outro!
Por isso repito: eleições diretas já... para juízes e promotores! Assim, cada cidadezinha escolheria os seus, como no faroeste americano. (Já que, atualmente, o faroeste é aqui; e, sem mocinho, só com bandidos).
Tenho certeza que o padeiro e o verdureiro de minha rua se sairiam melhor que eles.
Enquanto isto, nossas autoridades dançam à beira do vulcão os últimos "bailes da ilha fiscal".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A ORIGEM

Outro dia eu vi na tv o físico falando sobre a origem do universo. Toda a matéria, todas as galáxias, tudo o que conhecemos, estava condensado num núcleo, como se fosse um átomo, do tamanho da cabeça de um alfinete, e era quente. Como se sabe que tudo que é quente tende a se esfriar, ou tudo o que é tensionado, oprimido, tende a explodir, o átomo original explodiu, expandiu-se e deu origem ao universo. Mas, penso eu, essas tendências poderiam ser diferentes. Podiam ser de tal forma que uma compressão não produzisse nada, ou que a ausência do frio esquentasse -- e, não a recíproca --, ou outras tendências igualmente diferentes.
As tendências conhecidas e reconhecidas, as leis que fazem com que o que esquenta tem que esfriar, ou o que se comprime tem que explodir, e etc., não estão no universo? Como, se, segundo o físico, são anteriores a ele? Teríamos, talvez que falar num pré-universo, ou num meta-universo, ou seja, em um "local" ou "tempo" onde estão essas tendências e essas leis que produziram o big-bang? E por que não chamarmos esse meta-universo de Deus?

A CIDADE

Sonho com a cidade da minha infância,
com muros baixos e portões abertos,
fechados apenas no mês de cachorro louco.
Agora, os cachorros estão sempre loucos
e saltam aterradores nos quintais,
obrigando todos a terem grades e
muros altos...

O SILÊNCIO E A VERDADE

Jesus calou-se ante Pilatos,
porque a verdade é a origem,
e a origem é o silêncio,
até que deus disse algo,
e algo se fez...

domingo, 12 de abril de 2009

AS BOAS AÇÕES E AS NECESSIDADES

Todo mundo conhece a piadinha do escoteiro que chegou atrasado no acampamento porque estava realizando sua boa ação do dia -- ajudar uma velhinha a atravessar a rua --. E a pergunta do Chefe sobre o tempo que isto demorou; e a resposta de que a velhinha não queria atravessar a rua.
Lembraram... e riram nostalgicamente...
Mas, o que muita gente não sabe é que num outro dia, quando a velhinha realmente queria e precisava atravessar a rua, o escoteiro não se dispôs a ajudá-la, e relacionou várias desculpas -- não podia; já tinha feito o possível; estava de consciência tranquila, quites com sua boa ação, etc --.
Quanto se pode aprender com uma simples piada...
Principalmente se a cotejarmos com a parábola do bom samaritano, que aquele sábio da Galiléia contou, e observarmos a diferença entre os que se propõem salvar o mundo e a humanidade e os que simplesmente se debruçam sobre as necessidades do próximo.
Porque muitos de nós somos assim: prontos para fazermos o "bem" no momento que quisermos e da forma que nos apraz. Indiferentes às reais necessidades do próximo. Esse procedimento às vezes transforma o nosso "bem" em "mal"; pois ele se materializa numa "boa ação" inconveniente, algo que o "beneficiado" não precisa, não deseja, e nem sempre está pronto para recebê-lo. E o pior, a sensação egoísta do "dever cumprido" nos cega e nos leva a racionalizações que justifiquem nossa omissão nos momentos de necessidades reais e imediatas.