sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O 11º MANDAMENTO: PROTEGERÁS O AMBIENTE

Por que o meio ambiente está sendo degradado no Brasil?
Por que áreas de mananciais estão sendo invadidas e ocupadas por pessoas sem teto que lançam seus lixos e esgotos nas nascentes e rios?
Por que os habitantes dos remanescentes da mata atlântica vêem como única alternativa de sustento a coleta predatória do palmito ou o comércio cruel de pássaros?
Para suscitar tais perguntas basta se dê uma olhada na periferia das grandes cidades brasileiras, principalmente Curitiba. Basta se observe a movimentação suspeita dos caboclos adentrando sorrateiros as matas do nosso litoral nas épocas de desemprego.
E por que tudo isso?
Ora, é evidente que a causa imediata é a total incapacidade do estado, do poder público, em proteger reservas, parques e mananciais.
Todos gostaríamos que tal proteção houvesse, mas é vã ilusão crer-se que um estado que não consegue construir e conservar estradas, atender às necessidades da saúde pública, oferecer educação digna às crianças, defender o direito à vida, à integridade física e ao livre trânsito de seus cidadãos, vai agora conseguir proteger extensas áreas de florestas, rios e mangues, ao custo que isso acarreta.
Portanto, se quisermos ter nossas reservas florestais, nossos aquíferos, mangues e nascentes cuidados e protegidos por equipes que os estude, acompanhe e, principalmente, faça a necessária segurança, a melhor alternativa que temos é a iniciativa privada.
Entretanto, como a iniciativa privada só existe e sobrevive se tiver ganhos, lucros -- pois esta é a forma milenar, e não conhecemos outra, dela manter o próprio estado com seus impostos, e os empreendimentos sociais e ambientais com seus fundos perdidos --, a implementação dessa alternativa só é possível com parcerias onde as negociações permitam concessões à produção, a fim de que possa ser gerado o retorno em preservação.
Os integrantes das classes de renda mais elevadas da sociedade -- entre os quais se inserem não apenas os empresários, mas também os políticos, os juízes, os promotores e os jovens ambientalistas bem nutridos -- não abrem mão de suas cotas de consumo de combustível, de água e sabão para um bom banho e, muito menos, do direito de geração de lixo. No entanto, tentam impedir parcerias com a iniciativa privada no desenvolvimento sustentável que proporcionariam a geração desses bens de consumo também para os pobres. Esses pobres, uma vez desempregados e vendo os bens necessários à vida digna lhes faltarem, enquanto são desperdiçados pelos que têm bons empregos e boas mesadas, não pensam em outra alternativa de sobrevivência senão onerarem ilegalmente o meio ambiente.
Quando alguém tenta impedir que uma empresa, em troca de vinte ou trinta metros de mangue, garanta a preservação de milhares de alqueires -- garantia que, todos o sabemos, o estado não pode dar --, esse alguém está alimentando todo o círculo vicioso de degradação.
Círculo vicioso de degradação que pode muito bem ser transformado num círculo virtuoso de preservação apenas com a utilização do bom-senso.
Bom-senso que não tem faltado à população que protesta pelos seus direitos nas ruas, nas estradas ou nas colunas de leitores da imprensa; mas, tem faltado a autoridades encasteladas em bons e estáveis empregos, e a certa classe de ativistas privilegiados ávidos por bandeiras que lhes garantam exposição na mídia.

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