quarta-feira, 11 de março de 2009

O CÃO PORTUGUÊS DE OBAMA

Li, no Caderno do Saramago, que o cão selecionado para as filhas do Obama, na Casa Branca, é um cão d'água português. Essa informação me levou a um texto lido na infância, não me lembro o autor -- e quem me lê, na certa estará reconhecendo o texto e se lembrando, "ah, é de fulano"; ou, pior prá mim: "ah, foi na Seleções" --. Mas, a história é a seguinte. O sujeito mudou-se com o cão para uma pequena cidade -- do interior, já que o interior, não o litoral, alberga a maioria das pequenas cidades --. Passava os dias lidando com seus textos, enquanto o cão passeava livremente pelas ruas e casas ainda sem cercas. Um dia o sujeito também saiu a passear e, passando em frente ao açougue, lembrou-se que precisava comprar carne. Feito o pedido, a pesagem e o embrulho, levou a mão ao bolso e descobriu-se sem a carteira. O açougueiro já olhava desconfiado o forasteiro, quando adentrou o estabelecimento o cão, voltando de um de seus passeios e começou a fazer a festa que os cães sempre fazem aos seus donos. O açougueiro imediatamente baixou a guarda, sorriu amistoso, e perguntou o que já descobrira por si: "É seu cão?" "Sim", respondeu o forasteiro. "É um bom cão, gosto muito dele; a carne o senhor leva e paga amanhã, quando vier mais prevenido". O cão foi seu avalista. Já me aconteceu coisa semelhante. Andando pelo bairro, encontrei meu cãozinho confraternizando com um vizinho. Era um tempo em que eu trabalhava o dia todo, à noite estudava ou participava de algum movimento de amor ao próximo, por isso não tinha tempo de conhecer meus próximos mais próximos: os vizinhos. O Bob acorreu feliz ao meu chamado, e o vizinho -- como todo mundo hoje em dia prevenido e desconfiado com estranhos -- abriu-se num sorriso amigável: "É seu, o cãozinho? Muito simpático; gostamos muito dele". E entregou-se descontraído à nova amizade, transferindo ao dono as qualidades que já identificara no animal.
Daí, lamentei não ter sido um cachorro brasileiro o escolhido pela imperial família. Não poderíamos ter melhor representação. Mas, qual é mesmo o cão brasileiro? É o fila, não? É, não é um ser muito diplomático...

domingo, 8 de março de 2009

EMPREGO PARA OS MEUS

Deu no jornal:

"O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, rebateu hoje as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre sua decisão de excomungar os envolvidos --a mãe e os médicos que realizaram o procedimento-- no aborto da menina de nove anos.
O arcebispo disse que Lula deveria procurar assessoria teológica para falar com mais propriedade sobre o tema."

Viram só; que cara inteligente? Além de assustar o povo com excomunhões, pretende arranjar uns empreguinhos para o seus. Quer que o presidente acrescente à sua equipe alguns ASSESSORES TEOLÓGICOS. Como o Lula tem sido imitado aqui e alhures, a moda pode pegar, e cada governador, cada prefeito, também poderá ter o seu.
Qual seria o ordenado de um ASSESSOR TEOLÓGICO? Certamente, o Assessor Teológico Federal (do Lula), ganharia mais que o Assessor Teológico Estadual (do Requião). E o Richa, teria um Assessor Teologico Municipal?