PRÁ QUEM LEU "GRANDE SERTÃO - VEREDAS"
(leitura imperdível)
ELE
Ele era carne muita e calor bravo
Brasa quente que enfrenta orvalho frio
Na peleja derrubando ente pravo
Atravessa em si mesmo o baldo rio
Grande sertão, veredas, fundo cavo
Vence fugindo sempre de desvio
Permanece de estranho amor escravo
Dor índia que ilaqueia o desafio
Não fosse sua gente tão confusa
Não fosse ele tão cego de conceito
Na certa soltaria a fala oclusa
E invés de a bala abrir para o desfeito
Buscava além da imagem sua musa
Explodindo a paixão dentro do peito.
João Donha – anos 90.
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