Todo mundo conhece a piadinha do escoteiro que chegou atrasado no acampamento porque estava realizando sua boa ação do dia -- ajudar uma velhinha a atravessar a rua --. E a pergunta do Chefe sobre o tempo que isto demorou; e a resposta de que a velhinha não queria atravessar a rua.
Lembraram... e riram nostalgicamente...
Mas, o que muita gente não sabe é que num outro dia, quando a velhinha realmente queria e precisava atravessar a rua, o escoteiro não se dispôs a ajudá-la, e relacionou várias desculpas -- não podia; já tinha feito o possível; estava de consciência tranquila, quites com sua boa ação, etc --.
Quanto se pode aprender com uma simples piada...
Principalmente se a cotejarmos com a parábola do bom samaritano, que aquele sábio da Galiléia contou, e observarmos a diferença entre os que se propõem salvar o mundo e a humanidade e os que simplesmente se debruçam sobre as necessidades do próximo.
Porque muitos de nós somos assim: prontos para fazermos o "bem" no momento que quisermos e da forma que nos apraz. Indiferentes às reais necessidades do próximo. Esse procedimento às vezes transforma o nosso "bem" em "mal"; pois ele se materializa numa "boa ação" inconveniente, algo que o "beneficiado" não precisa, não deseja, e nem sempre está pronto para recebê-lo. E o pior, a sensação egoísta do "dever cumprido" nos cega e nos leva a racionalizações que justifiquem nossa omissão nos momentos de necessidades reais e imediatas.
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