sábado, 2 de julho de 2011

OS "ERROS" NOS LIVROS DIDÁTICOS

Os jornalistas brasileiros - e, aqui, é necessária a adjetivação, pois se trata de uma espécie de jornalistas dependentes do diploma universitário, ao contrário de toda a prática nos países responsáveis pela vanguarda do conhecimento, onde o jornalista não é dependente de um diploma mas, sim, de sua capacidade jornalística, vindo de que área do conhecimento vier, funcionando o diploma apenas como uma láurea adicional, importante mas adicional - deveriam estudar uma matéria básica para qualquer um que pretenda servir-se da língua para interagir com seus semelhantes: a comunicação. Eu pensei que estudassem comunicação nas faculdades de jornalismo. Parece que não. Quem estuda comunicação, deve, obrigatoriamente estudar linguística e literatura. Reconheço que, da primeira, servem noções básicas. Mas que contemplem o clássico Saussure e uma pincelada em quem se dedicou a pensar no assunto, como Chomsky e outros, não deixando de conhecer os linguistas brasileiros como Eurico Back e Geraldo Mattos. Na literatura, é evidente que não se dispensa a leitura dos que usam a lingua para tal fim, desde os clássicos Alencar e Machado, passando pelos Ramos, Drumonds e Veríssimos, sem nunca desprezar os Rosas e Amados, e desaguando nos atuais Soares e Tezzas, sem esquecer os Ribeiros . Tantavia, quem pretende servir-se de sua língua pátria como principal instrumento de trabalho deve ir um pouco adiante e dar uma vista d'olhos nos teóricos, como Ataíde (o triste e o alegre) e Martins. Parece que nada disso passou perto dos jornalistas que criaram e alimentaram a polêmica artificial e burra sobre "os erros nos livros de português", que chegou a movimentar os parlamentares sempre à cata de escândalos, e os promotores de tocaia, gerando processos natimortos condenados ao arquivo para esconder a vergonha. Ou então, o que talvez seja pior, nossos jornalistas diplomados conhecem a linguistica, porém, incapazes intelectualmente de desnudar fatos, alimentam-se de factóides, tais como a oposição - e sua síndrome de Salieri - compensa seu apagão de criatividade com sua voracidade por escândalos.

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