quinta-feira, 6 de novembro de 2008

HOSANAS A OBAMA!

Confesso que no começo eu tinha um pé atrás.
Preferia a Hilary, e desconfiava que a imprensa, podendo ser republicana, insensava o Obama para desbancá-la e, assim, derrotar mais facilmente um desconhecido na segunda etapa. Alguns, mais apressadinhos, chegaram a escrever que o Obama era o democrata preferido dos republicanos. Enganei-me; o cara tem valores próprios de montes. Mas, ainda preferia a Hilary; acho que era a vez de uma mulher.
Tanto festejam a vitória do Obama por ser negro. Eu não vejo diferença entre negro e branco. Qualquer item usado para definir um negro pode eventualmente aparecer num branco; e vice-versa. O que faz restar de diferença apenas a cor; só que, culturalmente, eu sou daltônico. Gosto tanto da tarantela quanto do samba; estudo com o mesmo prazer cerimonioso a mais judaica, ou oriental, das religiões, tanto quanto as de matriz africana. Conheço, pela observação isenta da história, quadros de sofrimentos de muitas diversas etnias; ora uma, ora outra. Assim como, identifico privilégios distribuídos para todas, em momentos diferentes. Portanto, nesse sentido as diferenças apresentadas não passam de bandeiras políticas usadas de acordo com as conveniências.
Já, com as diferenças entre homens e mulheres, não acontece o mesmo. São tantas - anatômicas, hormonais, humorais -, que parecemos duas raças distintas. Chegam a dizer que uns vieram de Marte e outras de Vênus, transportados, na certa, na cauda de um cometa cupidamente faceiro. O que, sem duvida, lhes dá pontos de vista diferentes. Daí que, pensava eu, era a hora dessa metade da humanidade ser mais representada nos governos. Em muitos lugares já o são. Citemos a Inglaterra, a Alemanha, a Argentina, e outros lugares. Mas, nas duas nações mais importantes do mundo - a maior potência e a maior impotência -, isto ainda não aconteceu - a não ser por efêmeras regências de uma princesa num passado remoto, nas terras da vera cruz. Era a hora da Hilary.
Apesar de que, dizem, seria reeleição. Pois não contavam, durante o governo Clinton, aquela piada de que os dois deram uma fugidinha e tiveram que parar num posto prá abastecer? O frentista cumprimentou tão efusivamente a Hilary que o Bill, enciumado, perguntou quem era o cara. "Um antigo namorado, do Hight School", ela disse. E ele: "Viu? Se você tivesse casado com ele, seria a esposa de um frentista; assim, você é a primeira-dama dos USA". Ao que ela respondeu: "Não. Se eu tivesse casado com ele, ele seria o presidente. Você seria um frentista!"

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